Dia seguinte.
Já era de manhã e eu não tinha dormido ainda, nem mesmo fechado os olhos por mais de 5 minutos, lenços e mais lenços de papeis amassados e jogados no chão, meu rosto vermelho, inchado, arruinado.
Eram exatamente 9:00 h da manhã, muito cedo, infelizmente eu me levantei tomei um banho, enquanto Fê ainda permanecia com seus olhos fechados, dormindo em sono profundo, assim que terminei , sai do banheiro na esperança que Fê já tivesse acordado, mas não ele ainda estava dormindo, troquei de roupa, arrumei meu cabelo e sai do quarto, fui andando por aquele corredor frio, eu já sentia minha pele ficar arrepiada, fui até o quarto de Débora, abri a porta bem devagar não via nada apenas um volume no edredom com certeza ela estaria ali embaixo, eu não quis incomodar, fechei a porta e fui novamente voltando naquele corredor, descendo as escadas e indo até a cozinha, liguei a cafeteira, me sentei na mesa enquanto ela fazia seu trabalho, assim que ela terminou, me levantei peguei uma caneca, me servi e sentei na mesa novamente, depois de alguns minutos enquanto eu ainda bebia o café, uma mão gelada tocou em meu ombro, eu não quis olhar, eu já conhecia o cheiro.
Felipe: Acordou cedo amor.
Bruna: Nem dormi Fê.
Felipe: Você deveria ter descansado.
Bruna: Não sinto sono. -Fê se sentou ao meu lado colocando sua mão sobre minha perna.
Felipe: Você vai sentir seu corpo cansado.
Bruna: Não importa. -eu fiz bico.
Felipe: Ou tira esse bico porra. -ele segurou meu rosto e mordeu minha boca, em seguida se levantou enquanto Fê coloca o café em uma das canecas, eu olhava em sua direção mas não estava observando ele, eu estava destraida pensando.. Fê se sentou, ele sabia que eu não estava ali, apenas meu corpo.
Felipe: Bru, não é hora pra você voar com seus pensamentos.
Perdi tudo o que eu estava pensando, e me foquei em Fê.
Bruna: Hãn, o que você falo ?
Felipe: Nada de importante.
Bruna: Hum. É, que horas minha tia vai chegar ?
Felipe: Não sei, antes do velório eu acho.
Fê me puxou para seus braços me sentando em seu colo, me deu varios beijos, me fez varios carinhos,de repente Rafael e Débora já estavam acordados, Débora apareceu na cozinha, chegou perto de mim e me deu um beijo na bochecha enquanto Fê estava com sua cabeça encostada em meu ombro, eu mexia em seu cabelo, Débora estava com umas meias longas, seu cabelo bastante bagunçado, e com uma terrivel cara de sono, Rafael apareceu na cozinha, cumprimentou todos nós e logo saiu.Logo depois, a campainha tocou, meu padrasto foi abrir a porta, enquanto permanecíamos na cozinha, assim que a porta se abriu, eu ouvi o choro que eu conhecia, quando olhei, minha tia estava em pé na porta com Kãuan em seu colo, e Pedro logo atras, eu me levantei dando um abraço em minha tia e em Kauãn, Fê foi falar com seu padrasto, Kauãn logo veio em meu colo, eu apertava e dava varios beijinhos na boquinha de Kãuan ele apenas sorria, Fê se aproximou de mim, e deu um beijo na testa de Kauãn.
Felipe: E aê moleque.
Kãuan logo esticou seu braços, querendo o colo do pai.
Fê pegou ele no colo, e então eu pude abraçar melhor minha tia, e chorar em seu ombro.
Márcia: Own, minha querida não entre em desespero, ela estará bem em um lugar muito melhor.
Bruna: O lugar melhor seria aqui, do meu lado, do nosso lado. -eu sussurrei.
Ficamos abraçadas, enquanto Fê brincava com Kãuan.
Algumas horas depois..
Todos estavam lá fora a minha espera, eu estava sentada no sofá, com Kauãn em meu colo, um vestidinho preto, um salto alto, Kauãn de terninho preto e gravatinha, todo importante, assim que a ultima lagrima deslizou sobre minha pele, eu me levantei, fui saindo da sala , indo até as escadas e desci, assim que cheguei na porta, e assim que me viram Fê veio se aproximando, e me deu um beijo.
Felipe: Linda como sempre. -ele sorriu- você não esta com frio ?
Bruna: Um pouco.
Felipe: Porque não vestiu algum casaco ?
Eu levantei um de meus braços, tentando mostrar o casaco agarrado, ele sorriu e tirou kauãn de meus braços.
Felipe: Ta no estilo hein moleque, vai pegar varias mulher hoje. -ele beijou o rosto de Kauãn, eu dei um tapa no braço de Fê, coloquei o casaco e segurei no braço dele, fomos indo em direção aos outros que estavam perto do carro de meu padrasto, minha tia sorriu e bateu palmas, todos nós estavamos sociais, elegantes.
Márcia: Lindo. -ela sorriu.
Débora: Tão pequeno e já tem estilo. -ela riu.
Felipe: Puxou o pai, é de berço, né não Bru ?
Bruna: Claro.
Enfim entramos no carro, no caminho havia o silêncio, ninguem falava nada apenas Kauãn brincava com algo que lhe fazia rir. Assim que chegamos na capela, todos sairam devagar enquanto eu e Fê ainda estavamos no carro, nos olhamos por uns segundos, Fê estava com medo de eu não suportar, vêr minha mãe dentro de um caixão imóvel.
Bruna: Eu estou bem, eu vo ficar bem. -eu segurei em seu queixo.
Felipe: Era isso que eu precisava ouvir. -ele aproximou seu rosto ao meu e demos um beijo calmo, intenso.
Márcia: VAMOS QUERIDOS. -ela gritou.
Fê riu, e parou nosso beijo mordendo minha boca, ele saiu do carro enquanto eu me olhava no espelho ajeitando meu batom, logo desci também, segurei na mão de Fê bem forte, e fomos entrando.
Havia varios carros por ali, talvez a metade da cidade, ou talvez todas os amigos (as) de minha mãe estivessem ali, os outros logo vieram atrás, assim que chegamos na sala onde estava acontecendo o velório varias pessoas, algumas que eu nunca tinha visto na minha vida, nem mesmo nunca ouvido falar vieram me abraçar, uma delas era uma velha amiga de minha mãe.
xx: Boa sorte, daqui pra frente.
Bruna: Obrigada. -eu sorri. -Ela olhou para kauãn o admirando.
xx: Que menino lindo, algum parente ?
Bruna: Meu filho.
xx: Ôh, então esse é o netinho de que tanto Lucia falava.
Bruna: É, depois a gente se fala.
xx: Claro.
Ainda segurando no braço de Fê, ele foi dando passos leves até minha tia que já estava chorando bastante, Fê entregou Kauãn a ela, e fomos nos aproximando do caixão, eu tentei deixar Kauãn o mais longe que pudesse daquilo tudo, eu não ia conseguir deixa-lo ter pesadelos, Débora pegou Kauãn e saiu dali, já que minha tia não queria desgrudar, não queria perder nenhum segundo antes de nunca mais ver sua irmã, Fê ficou atras de mim, colocando sua mãos sobre meu ombro, a pior coisa era ver ela ali deitada sabendo que nunca mais vou vê-la com seus olhos abertos, andando, sorrindo. Depois de algum tempo, seria a hora de fechar o caixão, eu não queria então me joguei em cima daquele caixão, gritando e chorando.
Bruna: NÃO, ESPEREM! -eu gritei.
Fê me agarrou e me levou pro canto, me encostando sobre a parede e segurando meu rosto.
Felipe: Você me disse que ia ficar bem.
Bruna: Como ?
Felipe: Bru, você sabia que uma hora ia ter que acontecer isso, você sabia que uma hora eles iam ter que fazer isso.
Bruna: Eu tentei Fê, é doloroso isso tudo. -eu abaixei a cabeça.
Felipe: Olha pra mim. -eu olhei.
Felipe: Você quer ir embora ? A gente vai.
Bruna: Não, eu não quero. -eu limpei meu rosto.
Felipe: Respira, se acalma. -ele beijou minha testa.
Bruna: Pronto, to calma pode me soltar agora amor.
Eu apenas sorri para uns dos homens , e eles foram levando, nos que eramos da família, fomos indo logo atras deles, e a multidão atras de nós.
Dias depois.
Eu já estava em condições de poder ir embora, depois de tudo que eu tinha visto naquele cemitério, nos despedimos de Débora e Rafael,e fomos indo direto para o aeroporto, eu já não suportava mais aquele frio, toda aquela umidade, eu já sentia falta do sol entrando pela janela do quarto, sentir meu corpo suar exposto ao calor. Rapidamente pegamos o primeiro avião, minha tia e seu marido, dormiam no banco de traz, Kauãn dormia no colo do Fê, enquanto eu tentava não pensar em nada que me fizesse mal, sair do aeroporto e ir direto para casa, esse era meu objetivo.
Assim que chegamos de acordo com meu objetivo, saimos daquele aeroporto pegamos um taxi e fomos direto para casa, entrei com Fê e Kãuan. Fomos para o quarto, Kauãn estava sentado com suas pernas em volta do pescoço de Fê, subimos, entramos no quarto, desci Kauãn de onde ele estava e coloquei sentado na cama, Fê foi direto para o banheiro tomar banho, enquanto eu procurava uma roupa pra vestir, Kauãn me olhava com seus dedinhos dentro da boca, todo babado, era nojento, peguei ele no colo tirei a roupa dele, e fui para o banheiro, Fê estava tomando banho, peguei a banheira de Kauãn entrei no box, coloquei ela no chão e Kauãn dentro.
Bruna: Aproveita que você esta tomando banho.
Assim que me virei pra sair do banheiro, Fê pegou em meu braço me puxando pra dentro do box, me agarrando e me colocando embaixo do chuveiro, eu fervi de odio e comecei a dar tapas neles.
Bruna: Para, olha só me molhou toda.
Felipe: Cala a boca.
Fê me beijou, me apertando sobre seu corpo, eu batia nele mas ele continuava me tarando ali na frente de Kauãn, Kauãn apenas ria.
Bruna: Fê, Kauãn esta sozinho na banheira deixa pra fazer isso quando ele não estiver por perto. -eu afastei ele.
Felipe: Então entrega ele pra minha mãe. -ele sorriu.
Bruna: PARA! -eu gritei- amor a gente tem o tempo todo pra fazer isso, a noite toda.
Felipe: Jaé. -ele me soltou- tchau.
Eu sai do banheiro me secando, sentei na cama e logo em seguida bateram na porta.
Bruna: Entra.
Era Ju com uma cara assustada, nervosa.
Ju: Bruna, desculpa vim aqui agora, eu sei que você não esta bem. Acabou de vim da cidade de sua mãe mas eu preciso falar com você é muito serio, to com um enorme problema.
Bruna: Pode falar Ju. -eu peguei na mão dela- você parece nervosa quer um copo de aguá?
Ju: Depois.
Bruna: Tá, então fala o que esta acontecendo
Fê acabou saindo do banheiro na mesma hora peladão, Kauãn tambem estava nessa, Ju olhou e virou o rosto, eu não tinha entendido e olhei pra porta do banheiro.
Felipe: IHH.. filhão mamãe não esta com uma cara boa, é melhor a gente voltar pro banheiro.
Bruna: FELIPE. -eu gritei.
Felipe: Eu não sabia que Ju estava aqui -ele entrou pro banheiro.
Bruna: Desculpa Ju. -eu sussurrei, Ju riu.
Ju: Tudo bem.
Felipe:BRU PEGA A NOSSA ROUPA AI. -ele gritou.
Bruna: Espera. -eu me levantei.
Peguei a roupa de Fê e de Kãuan entrei no banheiro e entreguei a ele.
Bruna: Da proxima vez que você sair desse jeito, eu corto tudo sem dó. -Felipe riu.
Felipe: Tu não teria coragem.
Bruna: Paga pra ver então, isso aê ninguem precisa ver, somente eu. -eu ri e sai do banheiro me sentando ao lado de Ju novamente.
Ju: Bru, eu to sentindo tudo o que sentiu antes de saber que estava gravida do Kauãn.
Bruna: Você quer me dizer que...
Ju: É.
Eu me levantei e virei para olhar ela.
Bruna: E o que é o problema ?
Ju: A minha mãe me deu um sermão, e disse que não vale apena eu ter um filho agora e logo com o Caio '
Bruna: Porque não ?
Ju: Ela disse que o Caio não serve pra mim e que ele não gosta de mim.
Bruna: Ju, são meses de namoro, como ele não gosta de você?
Ju: Isso que eu tentei dizer pra ela, ela me disse claramente que eu tenho 2 escolhas.
Fê saiu do banheiro, todo arrumadinho e Kauãn também, eu olhei e encarei eles.
Bruna: Onde estão indo ?
Felipe: Campo. -eles foram saindo.
Eu me concentrei na conversa novamente com a Ju.
Bruna: Quais ?
Ju: Largar essa bobeira, e acabar logo com tudo isso agora antes que seja pior , ou esquecer minha vida de princesa.
Bruna: Ela não pode te fazer isso.
Ju: Você não conhece ela, ela pode ser boazinha mas até um certo ponto, eu não quero perder minha vida de 'princesa' e tambem não quero fazer o que ela quer que eu faça.
Bruna: O Caio já sabe disso tudo ?
Ju: Não, eu ainda não falei nada, eu to tentando passar o menor tempo com ele, para que ele não suspeite.
Bruna: Eu não acredito que você vai fazer o que ela quer, Ju eu sei que é sua mãe, mas se você não quer ninguem vai te obrigar.
Ju: Eu sei Bru, meus pais são as unicas coisas que eu posso contar pra sobreviver, eu não trabalho eu ainda nem terminei meus estudos.
Bruna: Esquece a vida de princesa, conversa com o Caio, vai pra casa dele, sei lá.
Ju: Pra que ? Pra da mais despesas pra vó dele, coitada.
Bruna: É realmente.
Ju: Eu não sei, pelo menos se o meu namorado trabalha-se igual o seu trabalha,ai ia ser diferente.
Bruna: Tenta falar com ele, explica que tudo depende dele.
Ju: Bru, Caio mal estuda, vai querer trabalhar?
Bruna: O Fê esta ai, também nunca estudou, ele mudou você sabe, Caio também pode.
Ju: Com o Caio as coisas é diferente, pra ele é só diversão.
Bruna: Será ? -eu abracei ela.
Ju: Eu vo pensar bem, eu vo decidir o que é melhor, você sabe que não é facil, pra namorar o Caio foi um custo e até hoje meus pais não aprovam, eu faço de tudo para não ter que ouvi-los falar no meu ouvido.
Bruna: Eu sei Ju, pode contar comigo pra o que precisar, mas não faça nada por pressão, faz o que você deseja.
Ju: Você sabe o que eu quero, mas eu tenho que pensar bem. -o celular de Ju começou a vibrar..
Ju: Bru é o Caio, atende por favor?
Bruna: E o que eu vo dizer ?
Ju: Que eu dei uma saida , sei lá.
Bruna: Você não deveria esta fazendo isso.
Ju: Eu tenho que fazer até tomar uma decisão.
Bruna: Ok.
Eu atendi o telefone mesmo não querendo.
Bruna: Alô?
Caio: Bruna, o que o celular de Ju faz contigo ?
Bruna: Ela acabou de sair e esqueceu aqui.
Caio: Estranho, ultimamente ela parece esta fugindo de mim.
Bruna: Que isso, nada haver, vocês deve estar se desencontrando é diferente.
Caio: Pode ser, valeu aê.
-ligação finalizada-
Bruna: Até quando você vai fugir do seu namorado?
Ju: Eu não queria fazer isso, aliás eu preciso dele.. não consigo ficar longe.
Bruna: Você que sabe. Vamos fazer uma visita pra Ana?
Ju: Vamos, eu preciso rir um pouco com minhas duas amigas.
Eu fui direto para o banheiro , tomei meu banho, me arrumei, deixei um bilhete pro Fê, e sai junto com Ju em direção a casa da Ana.
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