Na manhã seguinte, assim que acordei Fê não estava lá talvez já tivesse saido, e eu acordado cedo demais, mas eu estava enganada, assim que eu fechei os olhos tentando colocar minha cabeça no lugar certo, Kauãn pulou em cima de mim, me dando beijos, varios beijos, minha tia acabou entrando no quarto.
Márcia: Kauãn, deixa a sua mãe durmir menino.
Kauãn: Esta na hora de acordar vó. -Márcia riu.
Bruna: Eu já estou acordada.
Quando abri meus olhos, Kauãn já estava pronto pra escola.
Bruna: Jesus, que horas são ?
Márcia: São exatamente 12:30 querida. -eu dei um pulo da cama.
Bruna: Nossa dormi demais.
Márcia: Sim, bom eu estava indo pegar o numero de Juliane e pedir para ela da uma carona pra Kauãn.
Kauãn: Não vó eu já disse minha mãe que vai me levar.
Bruna: Claro amor, estarei pronta em 5 minutos ok ? -eu fui indo para o banheiro, escovei os dentes, joguei uma aguá gelada no rosto, peguei uma bermudinha minha que estava pendurada por ali, pentiei meu cabelo, fiz caras e bocas para o espelho e então sai, o quarto estava vazio, então fui indo até a porta, sai do quarto e fui descendo as escadas, uma voz suave vinha da sala, eu olhei e era minha tia e Kauãn assistindo tv, talvez um programa de culinaria bastante chato.
Bruna: Vamos Kauãn. -eu peguei sua mochila, ele deu um beijo no rosto de sua vó, agarrou em minha mão e logo fomos saindo, o sol estava bastante quente, apavorante, as arvores estavam com uma cor mais viva eu não sabia bem se era impressão minha, ou sei lá, fomos caminhando, até a escola de Kauãn que não ficava muito longe, enquanto andavamos acabei esbarrando em um garoto, vamos dizer um homem bem apressado
Bruna: Desculpe, desculpe. -eu abaixei a cabeça.
Diego: Bruna ?
Eu não sabia como ele sabia meu nome, então levantei meu rosto olhando ele.
Diego: Nossa você não mudou nada.
Eu pisquei não acreditando, depois de tanto tempo sem vê-lo, acabamos nos esbarrando do nada.
Bruna: Te digo ao contrario. -eu ri.
Diego: Como sempre linda.
Bruna: Obrigada, você também parece bem charmoso. -eu sorri, Kauãn estava olhando serio para Diego.
Kauãn: Mãe vamos logo -ele me puxou.
Diego: Seu filho ? -ele gaguejou.
Bruna: Sim.
Diego: Esta enorme , agora sim concordo que tem bastante tempo.
Bruna: Eu te disse, foi bom te ver Di, mas preciso ir levar ele na escola.
Diego: Claro, não quero atrapalhar. -ele sorriu.
Bruna: Até mais. -eu acenei.
Diego: Ei!
Bruna: Sim ? -eu me virei.
Diego: Podemos se ver daqui a pouco? Pra conversar talvez, se seu namorado não se incomodar. -ele sorriu.
Bruna: Sem problemas.
Diego: Ok.
Levei Kauãn até a escola, ainda lembrando cada detalhe de Diego, ele estava tão diferente, sem camisa, seus braços tão musculosos, eu estava impressionada o quanto ele estava mudado, assim que paramos na frente da escola, Kauãn me deu um beijo.
Kauãn: Quem é aquele cara ?
Bruna: Um amigo de bastante tempo querido, é melhor você entrar.
Kauãn: Sim.
Bruna: Boa aula anjinho.
Ele entrou na escola, enquanto eu caminhava a caminho de volta pra casa, não demorou muito pra eu chegar, assim que cheguei, minha tia não estava em casa, mas havia um bilhete preso na porta, eu retirei e li.
"Querida, fui na manicure e depois iriei colocar a conversa em dia com as amigas, se cuide bjs Márcia"
Eu olhei para o bilhete não acreditando que estaria uma tarde inteira sozinha em casa, não havia absolutamente nada pra ocupar meu tempo, a casa estava arrumada, e fabulosa como sempre, tentei ler uma revista mais eu acabei me irritando com o tédio constante, pensei no convite de Diego, mas eu não poderia fazer nada, Ju certamente estaria andando por ai, visitando seus pais, Ana ultimamente, só estudava e de vez em quando ligava pra da sinal de vida, a pior coisa era ter que ficar em casa sem nada pra fazer, ainda mais sem minhas amigas, a campainha logo tocou, e eu corri para atender.
Diego: Oi
Bruna: Oi
Diego: Me esperando? -ele riu.
Bruna: Como sempre bobo, sinceramente estou sozinha em casa.
Diego: Ah, vamos andar por ai então?
Bruna: Otima ideia. -eu sorri.
Por um lado, eu estava completamente curiosa pra saber o que Diego havia feito durante esses anos, eu queria ficar fora de casa pelo menos, já que estava sozinha recusar o pedido dele seria uma má ideia, fomos caminhando, até que Diego ficou parado e me olhou.
Bruna: O que ? -eu mordi meus lábios.
Diego: Bom, posso te levar em um lugar que descobri a alguns anos atrás ?
Bruna: Oh, bem...
Eu achava estranho, a cidade não era tão grande , possivelmente todos os lugares era acessivel pra mim depois de tanto tempo morando por aqui, ele esperou minha resposta.
Diego: Não fique com medo, é só uma caminhada. -ele sorriu.
Bruna: Não é medo, veja eu acho que conheço cada parte dessa cidade talvez esse lugar não seja um esconderijo.
Diego: Eu estou a muito mais tempo morando por aqui, eu nunca tinha visto esse lugar, assim que descobri achei meio incrivel.
Bruna: Já que você ta dizendo, então vamos né.
Diego segurou em minha mão, e eu me senti um pouco incomodada, ele logo reparou meus olhos presos em minha mão presa na dele.
Diego: Desculpe. -ele soltou minha mão, e tentou sorrir disfarçando
Bruna: Tudo bem. -eu sorri.
Voltamos a caminhar normalmente, um do lado do outro sem nenhum contato físico, Diego falava algumas coisas totalmente idiotas que me fazia rir, mesmo sem vontade acabamos chegando em uma especie de ponte, feita de madeiras e coberta de mato, a madeira parecia bem velha, talvez de tanto sol e chuva,antes de passar eu pensei na possibilidade de desistir e voltar pra casa, aquela madeira possivelmente não aguentaria nosso peso, eu parei analisando a ponte que dava acesso ao outro lado, eu respirei fundo, mas foi incorreto eu respirar tão fundo logo ali, meu nariz queimou aquele cheiro.
Diego: Bru ? Você esta bem ?
Bruna: Sim.
Diego: Tem certeza ?
Bruna: Não. Bom quero te perguntar 2 coisas. -eu estava de costas pra ele, ainda analisando aquela madeira
Bruna: É confiavel essa ponte? -Diego riu.
Bruna: Eu estou falando sério.
Diego: Se você esta com medo, fica tranquila essa ponte mesmo com essa aparência esta em boas condições.
Bruna: E se a gente cair, bem eu não sei. -ele ignorou.
Diego: Qual é a proxima ?
Bruna: Esse cheiro é normal ? -eu suspirei- ele me faz mal.
Diego: Logo vai passar, esse cheiro é meio que familiar pra mim na primeira vez que vim acabei sentindo o mesmo que você, fique tranquila logo passa.. mas se você quiser podemos voltar e ir pra uma lanchonete talvez..
Bruna: Não, não ! Eu quero conhecer esse lugar. -eu sorri.
Diego: Ok, então vá em frente.
Eu enfrentei aquele cheiro desconfortavel, e o medo da queda daquela ponte.. andei rapidamente com os olhos fechados, assim que cheguei no outro lado, dei um suspiro de alivio, abri meus olhos e eu observei enquanto Di vinha vindo calmamente, talvez eu que fosse bastante medrosa, andamos mais um pouco, até chegarmos a um lugar totalmente escuro não dava pra se ver a luz do sol, era bastante arvores..
Diego se sentou em uma arvore caída que estava por ali, no lugar tinha um pequeno lago bem pequeno, cheio de flores flutuando na aguá, os pássaros voando entre as arvores, o lugar era bem agradável apesar de estar um pouco úmido, mas dava pra sentir perfeitamente o cheiro das flores, a essência era de como tivessem jogado talvez um frasco de um perfume Francês, eu estava maravilhada com aquela paisagem.
Diego: E ai ?
Bruna: Eu estou impressionada, eu nunca tinha visto esse lugar.
Diego: Como eu tinha dito. -ele riu.
Bruna: Será que existem mais locais escondidos como esse?
Diego: Ainda não sei, mas vou descobrir caso tiver.
Bruna: Ok. -eu ri e me sentei ao lado dele.
Eu pude sentir a umidade embaixo de mim, encostando sobre minha pele, eu fiz uma cara não muito agradável.
Diego: O cheiro te incomoda?
Bruna: Não, o cheiro e inexplicável, maravilhoso.
Diego: Então oque há ?
Bruna: A umidade desse lugar.
Diego: O que você esperava depois de ter chegado naquela ponte?
Bruna: Talvez um lugar perfeito como esse, mas com sol. -eu ri, ele sorriu, e encostou um de seus dedos sobre minha bochecha.
Diego: Ainda parece uma menininha, nem parece que é mãe. -ele riu, eu me levantei..
Bruna: Eu estou hiper curiosa pra saber a onde você estava, e o que tinha feito durante esses anos. -eu sorri.
Diego: É -ele riu- eu estive na faculdade.
Bruna: Sério ?
Diego: Sim, mas não tive muita paciência e nem sorte.
Bruna: Não entendi, me explique melhor.
Diego: Bom, talvez você nunca tenha ouvido falar, mas meus pais sempre preferiram que eu morasse com eles, e sempre obedecendo as ordens deles, queria me manter como um animal de estimação, eu não queria isso pra mim , então resolvi vim pra cá morar com meus tios bem pequeno.
Bruna: Mas e seus pais ? Pelo que eu saiba enquanto a gente é menor de idade não respondemos por nós.
Diego: Sim, claro isso sempre foi a lei, mas meus tios batalharam por mim e me tirou de lá, meus pais disseram que eu nunca teria nenhuma nota de qualquer valor em minha mão vindo deles, e eu sempre sobrevivi sem ser comprado por eles, sem ter a vida luxuosa que eles iam me oferecer pra vida toda.
Bruna: Entendi, eu não sabia disso.
Diego: Normal, poucos sabem, então minha tia e meu tio queriam que eu fizesse uma faculdade, mas não tinha dinheiro suficiente, ela então implorou para que eu ligasse para meus pais e pedisse para eles pagarem, mas eu não quis, tentei de todas as formas até que um amigo da família me ofereceu uma bolsa, chegando lá eu acabei perdendo a bolsa e teria que esperar caso tivesse outra oportunidade, eu acabei ficando por lá alguns anos na casa do amigo da família, não tive paciência e acabei voltando.
Bruna: E sua tia ?
Diego: Ela ficou arrasada, e apavorada depois de tantos anos só se falando por telefone.
Bruna: Não valeu a pena?
Diego: Por um lado sim, conheci bastantes pessoas, garotas de uma beleza incrivelmente diferente.
Bruna: isso é legal. -eu sorri.
Diego: Sim, me envolvi com bastante garotas por lá mas..
Bruna: Mas ?
Diego: Deixa pra lá.
Bruna: Você que sabe. -eu sorri.
Eu tinha reparado que tinha ficado mais escuro durante o tempo que estávamos conversando.
Bruna: Acho que devemos ir para a casa né?
Diego: Ae, ainda tem seu filho pra buscar na escola.
Bruna: Exatamente.
Diego se levantou em um pulo, sorrindo com seu gracioso sorriso, estávamos andando e eu acabei sentindo frio após passar por um labirinto de plantas balançando como se alguém tivesse assoprado, Diego abriu seus braços musculosos e me abraçou, eu senti uma certa vontade dizer pra ele me soltar mas o frio estava muito cruel, minha mãos estavam geladas.
Diego: Eu só quero tentar te esquentar pelo menos.
Bruna: Obrigada.
A minha pele também estava gelada, ele também estava com frio mas bem pouco, eu estava contando os segundos para chegarmos na ponte e não precisa mais de seu corpo grudado no meu, e assim que chegamos na ponte , minha contagem já havia chegado aos 200, dessa vez eu não tive medo de que a ponte caísse, aqui do lado de fora era totalmente diferente, a temperatura estava normal.
Bruna: Me pareceu meio longa a volta.
Diego: É -ele atravessou a ponte.
Fomos andando enquanto ele me dizia sobre as tais garotas que ele se envolveu no suposto lugar que ele estava, não me parecia ser tão tarde, talvez não estivesse na hora de buscar Kauãn, assim que começamos a chegar nas ruas familiares, eu estava próxima da minha casa, viramos a esquina, e acabei dando de cara com Fê em sua moto, ele não olhou pra mim, já estava encarando Diego, eu olhei para Diego, e dei um passo indo para o lado do meu namorado.
Bruna: Oi amor. -eu sussurrei.
Ele não disse nada, apenas olhava para Diego.
Bruna: Acabei encontrando Diego , e ele me convidou para uma caminhada, para me contar sobre esses anos sumido.
Diego: E aê Felipe.
Eu senti que Diego estava nervoso, talvez pela cara de Fê que estava sem nenhuma emoção, eu até me senti mal por não ter ouvido Fê retribuindo um Olá para Di.
Felipe: E aê -ele me olhou- acho que já foi tempo suficiente para muita conversa né ?
Diego: Claro, bom eu já estou indo Bru, a gente se vê por ai. -ele foi andando.
Bruna: Você deveria ter sido menos assustador. -eu sussurrei.
Felipe: Eu assustador?
Bruna: Sim, -eu sorri e coloquei minha mão em seu rosto.
Felipe: Te liguei varias vezes, o que você estava fazendo de tão importante que desligou o celular?
Sem ao menos me deixar responder, Fê ligou a moto e saiu dali, me deixando parada no mesmo lugar, eu fui andando, quando me aproximei da casa só pude ouvir o estrondo que a porta fez assim que Fê a fechou, o choque percorreu sobre meu corpo, cheguei na porta respirei fundo e entrei, assim que entrei me assustei ao ver, Caio & Ju por ali, Kauãn não estava ali, logicamente ele estaria jogando vídeo-game com Leticia.
Márcia: Aonde você esteve querida ?
Bruna: Que surpresa, Ju e Caio.
Ju: Estávamos preocupados por você ter sumido de repente.
Caio: Pelo que percebi vem bomba , meu brother não esta com uma cara boa.
Ju: Fica quieto Caio. -ela sussurrou.
Bruna: Eu estava com Diego.
Márcia: Diego ?
Ju: Diego?
Caio: Eita, ta explicado.
Bruna: Sim, gente ele me convidou para um passeio para me contar sobre esses anos que ele passou sumido, cadê o Fê ?
Márcia: Subiu.
Ju: Cuidado que o menino parece furioso.
Bruna: Tudo bem, eu consigo dominar o meu leão. -eu sorri.
Ju: Vai com tudo amiga. -ela riu.
Eu subi as escadas e corri até o quarto, assim que entrei Fê estava sentado na cama, olhando para o chão.
Bruna: Fê, eu queria te explicar. -eu sussurrei.
Fê, levantou a cabeça e me olhou.
Felipe: Cara, não é só porque temos um filho e somos namorados, que você me deve explicações das coisas que você faz.
As palavras dele foram totalmente idiotas, por um segundo eu achei que não iria valer a pena tentar falar com ele, eu cheguei mais perto me sentando em um pequeno espaço na cama.
Bruna: Bem, eu acho que é o dever de todos os casais que eu saiba.
Felipe: Incorreto ! Você sabe o que faz Bru. -ele se levantou e eu puxei ele.
Bruna: Fê, Por favor.
Felipe: Porque você quer tanto que eu saiba, não importa na moral.
Bruna: Eu te amo, e quero que você saiba, eu sei que importa pra você, eu não estava fazendo nada demais, apenas dei uma saída com um amigo.
Eu falei bem devagar, bem calmamente, eu esperei ele dizer algo, mas seus lábios não se mexeram.
Bruna: Eu não posso mais ter amigos é isso?
Felipe: Dependendo das amizades... quem sou eu para impedir que você não tenha amigos?
Bruna: Meu namorado.
Felipe: Mesmo assim, mesmo sendo seu namorado, não tenho direito. -eu fiquei em silêncio.
Felipe: Mas me diga, porque logo com aquele moleque?
Eu senti que havia pelo menos 1% de ciúmes, sua voz estava calma e ao mesmo tempo fria.
Bruna: Fê eu já disse apenas conversamos.
Felipe: Eu já disse não precisa explicar, o que estava fazendo.
Bruna DROGA ! -eu gritei- Porque você esta sendo tão infantil Felipe?
Felipe: Porque será? -ele pegou sua camisa e foi indo em direção a porta.
Bruna: Aonde você vai ?
Felipe: Joga bola. -ele saiu.
Assim que vi a porta se fechar, levantei rapidamente e sai do quarto, indo atrás dele.
Bruna: A gente ainda não terminou de conversar. - Falei grossa.
Felipe: Eu acho que terminamos.
Bruna: Não.
Felipe: Esta tudo bem Bru, eu não preciso ouvir mais nada.
Bruna: Não precisa ?
Felipe: Não.
Bruna: Tem certeza? -eu me aproximei.
Felipe: Claro.
Bruna: Eu -respirei fundo- te -selinho- amo.
Um sorriso se formou no rosto dele.
Bruna: Eu não quero que você fique brigado comigo.
Felipe: Eu não estou brigado contigo. -ele alisou minha bochecha.
Bruna: Sério ?
Ele balançou a cabeça uma única vez, e me beijou, sua mão segurando minha nuca, seus dedos fazendo cócegas em meu cabelo, enquanto eu apertava meu corpo no dele, como se eu fosse entrar dentro dele, era estranho e então ele me afastou.
Felipe: Bom , tenho que me apressar para o jogo. -ele piscou.
Bruna: O jogo é mais importante?
Felipe: É claro que não, -ele riu- você é mais importante que qualquer jogo. -eu sorri.
Bruna: Então fique comigo.
Felipe: Você sabe que não posso. -eu olhei pra ele confusa
O que ele queria dizer com 'não posso'?
Felipe: Não agora, se eu não for a esse jogo, os caras vão me gastar.
Bruna: Claro, Claro.
Felipe: Me prometa, que entende ?
Bruna: Claro que entendo.
Felipe: Fique bem meu amor. -ele sorriu e foi andando, e eu fui atrás.
Desci a escada devagar, e só pude ouvir Fê falando algo, talvez chamando Caio para acompanha-lo.
Alguns passos e a porta bateu, Ju me olhou enquanto eu ainda descia.
Ju: Bom, seu namorado me pareceu menos irritado.
Bruna: Eu disse que iria resolver. -eu sorri.
Minha voz não estava muito boa, não havia motivos pra eu esta daquele jeito, já tinha ficado tudo bem entre eu e Fê.
Ju: Você não me parece muito alegre.
Bruna: Realmente.
Ju: O que houve ?
Bruna: Você acha que Fê deveria esta com ciúmes?
Ju: Eu não vou mentir para você.
Bruna: Obrigada. -ela me abraçou, e andamos agarradas até a cozinha.
Ju: Eu acho que entendo o lado dele, Diego e ele não teve seus melhores momentos antigamente.
Bruna: Eu sei.
Ju: E se fosse ao contrario, se fosse ele que estivesse com a Bia que você mais odeia ?
Bruna: Bem, eu não sei.
Ju: Você ficaria furiosa. - eu abaixei a cabeça.
Bruna: Você acha que eu deveria evitar o Diego?
Ju: Talvez.
Bruna: Eu não consigo ver algo de ruim nele.
Ju: O problema não é esse, ele não tem nada de ruim.
Bruna: Não ?
Ju: Entenda, antigamente Felipe e Diego eram bastantes amigos, como eu e você, se lembra daquela vez na sala de aula quando Lipe disse para ele não mexer com você ?
Bruna: Sim, não tem como esquecer, incrivelmente no dia em que eu conheci -eu suspirei- a Bia.
Ao falar o nome dela, meu sangue já queimava por debaixo da minha pele.
Ju: Exatamente, enfim Fê tem seus motivos pra não ter mais a amizade de antigamente.
Bruna: Eu queria que Fê confiasse em mim, pelo menos uma vez.
Ju: Ele confia, e você sabe. -ela riu.
Eu sorri, e peguei alguns legumes que já estavam prontos para serem cortados, enquanto eu picava varias cebolas, Ju se sentou na cadeira.
Ju: Então me diga aonde vocês foram. -ela sussurrou.
Bruna: Ele me levou em algum lugar ao oeste, um lugar incrivelmente lindo, um esconderijo vamos dizer.
Ju: Aonde é?
Bruna: Eu não sei explicar como chegar, eu nunca tinha ido até lá.
Ju: Que estranho, a maioria dos lugares são familiares, parece mentira.
Bruna: Parece, mas não é, eu também achava mas quando vi, fiquei impressionada é um lugar absolutamente úmido , frio , escuro entre as arvores.
Eu vi a boca de Ju se abrir por alguns segundos.
Ju: Pelo jeito deve ser bem, bem bonito.
Bruna: Mais que bonito, é "espetacular".
O silêncio ocupou a cozinha, a não ser o barulho da faca batendo sobre o prato, Kauãn veio correndo até a cozinha com Letícia junto.
Kauãn: MÃE. -ele gritou.
Seu grito foi alto demais, possivelmente poderia quebrar os vidros que havia ao alcance,mas foi bem pior, eu senti a pontada em meu dedo, eu soltei a faca rapidamente a deixando cair dentro da pia.
Bruna: DROGA! -eu gritei.
O sangue escorria rapidamente, como uma torneira aberta,sujando toda a pia, fazendo pingos caírem sobre o chão, Ju se levantou rapidamente pra ver se estava tudo bem, minha vontade era de chorar, e correr com meu dedo enrolado em um pano igual quando eu era pequena, eu mergulhei meu dedo em um copo cheio de aguá que estava mais próximo, eu estava nervosa só de ver a cara das crianças. Kauãn abaixou a cabeça e de repente ouvimos alguns gemidos, Kauãn estava chorando.
Kãuan: Mãezinha me desculpa, não queria te machucar.
Bruna: Meu amor, eu sei disso, não foi nada apenas um corte estupido, e eu também estava distraída.
Kauãn: Você quer que eu ligue pra vovó ? Ou para um medico.. -eu ri.
Bruna: Não, não, sua vó vai dar um treco, eu consigo suportar a dor. -eu sorri.
Bruna: Porque vocês não vão ver televisão , enquanto preparo o jantar ?
Leticia: Vamos Kauãn?
Kauãn: Sim. -eles correram até a sala se jogando pelo sofá.
Ju: Bru?
Bruna: Sim?
Ju: Eu acho que você deveria proibir ele de dá esses gritos assustadores.
Bruna: Ele não sabia o que estava fazendo.
Ju: Mesmo assim, dessa vez foi só um corte, e depois ?
Bruna: É, você esta certa, depois vou conversar com ele.
Eu ignorei a dor e a queimação em meu dedo, e terminei de preparar o jantar.
Caio e Felipe estavam no shopping, em uma espécie de joalheria olhando as vitrines, a vendedora acabou vindo até eles com um sorriso.
Vendedora: Posso ajuda-los ?
Felipe: Claro, eu queria ver algumas alianças.
Vendedora: Sim, tem cada uma mais linda que a outra, eu já volto.
Felipe: Jaé..
Felipe continuou olhando a vitrine, enquanto Caio havia parado a vendedora.
Caio: E aê, te achei mó gata sabia, seria um prazer ter seu telefone.
Vendedora: Ôh me desculpe mais será impossível. -ela sorriu e foi andando deixando Caio babando por ela.
Felipe: Cara, não estamos aqui pra ficar paquerando a vendedora.
Caio: Ela é o tipo difícil.
Felipe: Percebi..
Caio: Adoro mulheres difíceis. -ele riu.
Felipe deu um soco no braço de seu amigo e em pouco tempo a vendedora veio vindo sorridente e com algumas caixas em sua mão.
Vendedora: Aqui esta, eu espero que goste de alguma mercadoria. -ela sorriu.
Felipe: É, eu também espero.
Caio não parava de olhar pra vendedora, que pela aparência deveria ter uns 19 anos,sua pele branca, seus cabelos ruivos e seus olhos verdes, ela foi abrindo as caixas e mostrando cada mercadoria.
Caio: Cara, tu já vai casar é isso?
Felipe: Já esta mais do que na hora pô. -Caio balançou a cabeça.
Caio: Tu já deu o anel de noivado pra Bruna ?
Felipe: Não.. -ele suspirou. -A vendedora olhou confusa.
Vendedora: Sem querer me intrometer, é casamento ou noivado ?
Felipe: Casamento.
Caio: Noivado.
Vendedora: Oh, qual dos dois?
Caio: Cara, tu nem noivou e já quer casar, que pressa é essa? Sabe como as mulheres de hoje em dia são, acha que tudo deve ser certinho como antigamente. -Felipe ficou pensativo..
Felipe: É você tem razão, eu tenho que fazer as coisas direito.
Caio: E se você realmente casar, o noivado vai ser o tempo suficiente para os preparativos de casamento, que eu tenho certeza que a Bruna vai querer. -ele piscou.
Felipe: Eu não sei escolher esses bagulhos de anéis. -Caio riu.
Caio: Eu não acho que vocês precisão casar agora.
Felipe: Cara, quando eu pedi pra namorar com ela, eu disse que a próxima coisa que eu pediria era ela em casamento.. ela engravidou, e Kauãn esta ai, o moleque esta crescendo, e eu não vou querer viver o resto da minha vida morando na casa da minha mãe, quero ter o que é meu. -ele riu.
Caio: Tudo bem, não esta mais aqui quem falou. -Felipe olhou para a vendedora.
Felipe: Eu quero que você escolha um anel de noivado que você gostaria de receber de seu namorado.
Vendedora: Eu não tenho namorado -ela sorriu- mas tudo bem já vou buscar.
A vendedora desapareceu, e em questão de segundos já estava de volta
Vendedora: Aqui esta -ela sorriu- você quer que eu abra para você conferir?
Felipe: Não, não precisa.
Vendedora: Ok, qual a forma de pagamento ? -Felipe tirou o cartão de credito de seu bolso e entregou a vendedora.
Vendedora: Só um minuto.. -ela entregou a mercadoria, e entrou novamente.
Caio: Pô, já percebi que a mina é dificil, será que se eu convidar ela pra sair , um cinema talvez.. O que você acha véy?
Felipe: Eu acho que você deveria.. sair dessa, você já tem sua mina em casa.
Caio: Sem essa, só vai ser uma saída de amigos.. eu fiquei encantado com ela mané. -Felipe riu.
Felipe: Jaé então.
Assim que a vendedora voltou, entregou o cartão de credito e assim que pegou, Felipe foi andando e deixou Caio lá, antes que a vendedora entrasse e voltasse a seu trabalho, Caio agarrou ela pelo braço.
Caio: Calma, linda. -ele sorriu.
Vendedora: Eu preciso ir, o trabalho me espera.
Caio: Podemos conversar só um pouco, não vou tomar muito seu tempo... eu prometo. -ele piscou.
Vendedora: Só um pouquinho eu acho que posso, a loja não esta tão cheia assim.
Caio: Por um momento eu pensei que você diria não. -ele riu- Qual seu nome ?
Vendedora: Marina.
Caio: Hmmm, Marina eu queria te convidar pra gente sair como amigos é claro ' já que agora não temos muito tempo pra conversar.
Marina: Sem problemas.
Caio: Que horas você sai daqui?
Marina: Hum, bem eu não tenho hora sabe, mas no máximo fico até as 9 horas da noite.
Caio: Jaé, amanhã te pego as 9 então.
Marina: Ok. -ela sorriu- agora eu devo ir..
Caio: Jaé, até amanhã.
Marina: Até.
Caio aproximou seu rosto e Marina deu um beijo no rosto dele, e então voltou para seu trabalho..
Caio: Até que não foi tão difícil assim. -ele suspirou.
Felipe: Porra, vou começar a te dar umas aulas de como conseguir o que quer sem demorar tanto... -Caio riu.
Caio: É pode zuar...
Felipe: Eu esperava ver ela te dando um empurrão ou um fora.
Caio: Eu também esperava mas foi diferente, -ele suspirou- convidei ela pra sair, e disse que era como amigos...
Felipe: Ãn ? To viajando.. eu pensei que você quisesse outra coisa com ela... não amizade.
Caio: Entenda, ela é difícil eu não posso chegar chegando.
Felipe: Tô ligado... e o que você vai falar pra sua mina ?
Caio: Se liga, eu vou dizer que vou pra casa dos mulekes jogar Video game, simples. -ele riu.
Felipe: Hum, boa sorte então.
Caio: A sorte sempre anda do meu lado. -ele deu um tapinha na nuca de Fê.
Felipe: Claro pô.
Caio: Só de pensar que eu vou poder sentir aquele corpinho completamente nu, em meus braços.- Felipe riu, e foram andando.
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